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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Texto escrito por um brasileiro que vive na Europa:

Recibi este texto de um amigo e o vejo como grande contribuição numa reflexão do mundo em que vivemos:
Já vai para 16 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca.
Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a ideia seja brilhante e simples.
É regra.
Então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada.
Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações.
E trabalham num esquema bem mais "slow down".
O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.
E vejo assim:
1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes compare com Curitiba,que tem 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare.. Nada mal, não?
5. Para ter uma ideia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.
Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estarem errados, mas são eles que pagam muitos dos nossos salários.
Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo,que tenha mais cultura coletiva do que eles.
Vou contar para vocês uma breve história só para dar noção.
A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã.
Era setembro, frio, nevasca.
Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro).
No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro...
Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei: Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final.
"Ele me respondeu simples assim:
"É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado,melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?".
Olha a minha cara!
Ainda bem que levei esta logo na primeira.
Deu para rever bastante os meus conceitos dali para frente . . .Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food.
A SlowFood International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália (o site é muito interessante. Veja-o!).
O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A ideia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida em que o americano endeusificou.
A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week numa edição europeia.
A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".
Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade.Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".
Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo.
Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Gostaria que você pensasse um pouco sobre isso... Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura? No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde: Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos.
"Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.
E quer saber do melhor :
Parabéns por você ter lido até o final!
Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.
Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família.
De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...
Poderá ser tarde demais!
Saber aprender para sobreviver...
Repasse aos seus Amigos, se tiver tempo...

2 comentários:

  1. CARO AMIGO JOÃO GABRIEL...
    Você pediu para que desse uma opinião e vou lhe dar uma.
    Acho que está na hora de parar de bater um pouco, pois quem bate fica antipático.
    Eu, acho, na minha modesta opinião, que você poderia mandar sugestões do que poderia ser feito.
    Idéias, que possam ser utilizadas, que se forem usadas pela administração e não derem o crédito à você, pelo menos você usou sua criatividade em expôr suas idéias e ajudou a sociedade.
    Lembre-se: o importante é ajudar a cidade a crescer. Mesmo que seja indiretamente.
    Saudações cordiais, LUIZ VICENTE FILHO

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  2. Boa tarde gabriel.Achei interessante os comentários de seu amigo que trabalha na volvo.Isso mostra a educação de um povo milênio onde com dois milhões de habitantes,um país maior que o estado de São Paulo é a décima ecônomia mundial,moral da vida, que vale e a qualidade e não quantidade. saudações

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